“Destino forçado”

24-02-2011 22:05

  

Foi

Deixando os braços de sua mãe

Chorando…

Para lá foi lutar

No meio da selva densa

Metralhando sem saber porquê

E a quem…

Outros filhos de outras mães

Que, como a sua, chorando, esperam

Pelos filhos que não vêm.

……….

Ele, um moço lavrador

Veio da terra querida

Para esse vale de dor

Matar tudo o que era vida.

 

De ferro e fogo nas mãos

Caminhando cheio de ira

Lança a destruição

Aos que vê na sua mira.

 

Coitados, são inocentes

Pobres seres como ele era

Agora vê-se culpado

Sem culpa de andar na guerra.

 

Ao lado dos canhões

Sob a sua protecção

Coloca minas e armações

Lançando granadas de mão.

 

Eles, ingénuos mal preparados

Ignorantes, sem pecado…

Para a frente são mandados

- É o dever do soldado!

 

A seus pés vêm cair

Olha para eles como irmãos seus

Vê-os das dores sorrir

Esperando pelo seu Deus!

 

Agonia de seres vivos

Sem que nada faça parar.

Ó Mãe!... Não queirais filhos

Para a guerra ter de acabar!

 

Gabriel Rito

Dezembro de 1972