“Destino forçado”
Foi
Deixando os braços de sua mãe
Chorando…
Para lá foi lutar
No meio da selva densa
Metralhando sem saber porquê
E a quem…
Outros filhos de outras mães
Que, como a sua, chorando, esperam
Pelos filhos que não vêm.
……….
Ele, um moço lavrador
Veio da terra querida
Para esse vale de dor
Matar tudo o que era vida.
De ferro e fogo nas mãos
Caminhando cheio de ira
Lança a destruição
Aos que vê na sua mira.
Coitados, são inocentes
Pobres seres como ele era
Agora vê-se culpado
Sem culpa de andar na guerra.
Ao lado dos canhões
Sob a sua protecção
Coloca minas e armações
Lançando granadas de mão.
Eles, ingénuos mal preparados
Ignorantes, sem pecado…
Para a frente são mandados
- É o dever do soldado!
A seus pés vêm cair
Olha para eles como irmãos seus
Vê-os das dores sorrir
Esperando pelo seu Deus!
Agonia de seres vivos
Sem que nada faça parar.
Ó Mãe!... Não queirais filhos
Para a guerra ter de acabar!
Gabriel Rito
Dezembro de 1972